sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Jó queixa-se da obstinação e dureza dos seus amigos

Livro De
19.1-29
  1. Respondeu, porém, Jó, dizendo:
  2. Até quando afligireis a minha alma, e me quebrantareis com palavras?
  3. Já dez vezes me vituperastes; não tendes vergonha de injuriar-me.
  4. Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro.
  5. Se deveras vos quereis engrandecer contra mim, e arguir-me pelo meu opróbrio,
  6. Sabei agora que Deus é o que me transtornou, e com a sua rede me cercou.
  7. Eis que clamo: Violência! Porém não sou ouvido. Grito: Socorro! Porém não há justiça.
  8. O meu caminho ele entrincheirou, e já não posso passar, e nas minhas veredas pôs trevas.
  9. Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça.
  10. Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore.
  11. E fez inflamar contra mim a sua ira, e me reputou para consigo, como a seus inimigos.
  12. Juntas vieram as suas tropas, e prepararam contra mim o seu caminho, e se acamparam ao redor da minha tenda.
  13. pôs longe de mim a meus irmãos, e os que me conhecem, como estranhos se apartaram de mim.
  14. Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim.
  15. Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um estranho, e vim a ser um estrangeiro aos seus olhos.
  16. Chamei a meu criado, e ele não me respondeu; cheguei a suplicar-lhe com a minha própria boca.
  17. O meu hálito se fez estranho à minha mulher; tanto que supliquei o interesse dos filhos do meu corpo.
  18. Até os pequeninos me desprezam, e, levantando-me eu, falam contra mim.
  19. Todos os homens da minha confidência me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim.
  20. Os meus ossos se apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei só com a pele dos meus dentes.
  21. Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.
  22. Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne não vos fartais?
  23. Quem me dera agora, que as minhas palavras fossem escritas! Quem me dera, fossem gravadas num livro!
  24. E que, com pena de ferro, e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha.
  25. Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
  26. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus,
  27. Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior.
  28. Na verdade, que devíeis dizer: Por que o perseguimos? Pois a raiz da acusação se acha em mim.
  29. Temei vós mesmos a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo.

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