quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Jó declara sua integridade nos seus deveres

O Livro De
31.1-40
Fiz aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?
Que porção teria eu do Deus lá de cima, ou que herança do Todo Poderoso desde as alturas?
Porventura não é a perdição para o perverso, o desastre para os que praticam iniquidade?
Ou não vê ele os meus caminhos, e não conta todos os meus passos?
Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano
(Pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade),
Se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer coisa,
Então semeie eu e outro coma, e seja a minha descendência arrancada até à raiz.
Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu armei traições à porta do meu próximo,
Então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela,
Porque é uma infâmia, e é delito pertencente aos juízes.
Porque é fogo que consome até à perdição, e desarraigaria toda a minha renda.
Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo;
Então que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia?
Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre?
Se retive o que os pobres desejavam, ou fiz desfalecer os olhos da viúva,
Ou se, sozinho comi o meu bocado, e o órfão não comeu dele
(Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com seu pai, e fui o guia da viúva desde o ventre de minha mãe),
Se alguém vi perecer por falta de roupa, e ao necessitado por não ter coberta,
Se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros,
Se eu levantei a minha mão contra o órfão, porquanto na porta via a minha ajuda,
Então caia do ombro a minha espádua, e separe-se o meu braço do osso.
Porque o castigo de Deus era para mim um assombro, e eu não podia suportar a sua grandeza.
Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança;
Se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito;
Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa,
E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão,
Também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima.
Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se exultei quando o mal o atingiu
(Também não deixei pecar a minha boca, desejando a sua morte com maldição);
Se a gente da minha tenda não disse: Ah! quem nos dará da sua carne? Nunca nos fartaríamos dela.
O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante.
Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio;
Porque eu temia a grande multidão, e o desprezo das famílias me apavorava, e eu me calei, e não saí da porta;
Ah! quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu desejo é que o Todo-Poderoso me responda, e que o meu adversário escreva um livro.
Por certo que o levaria sobre o meu ombro, sobre mim o ataria por coroa.
O número dos meus passos lhe mostraria; como príncipe me chegaria a ele.
Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem,
Se comi os seus frutos sem dinheiro, e sufoquei a alma dos seus donos,
Por trigo me produza cardos, e por cevada joio. Acabaram-se as palavras de Jó.

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